1 de out. de 2012


 

DISCIPLINA x AGRESSÃO

Disciplinar é o ato de: informar, dizer como se faz, o que se faz, e quando se faz. Disciplinar é o ato de: formar, ajudar a fazer sem fazer pela criança. Informação e formação é um processo exaustivo, e presente em todas as faixas etárias, até a maturidade. Informação e formação andam juntas na educação dos filhos.

Agredir é o ato de: atacar armado; armado de cólera, raiva, exaltação. Agredir não educa, mas quem ama educa, e quem agride não ama, portanto não educa.

Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá. Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura.

Provérbios 23.13-14

Os pais precisam estabelecer a observância de preceitos, ou ordens adequadas a cada faixa etária, e que não alterem o desenvolvimento natural da criança. Haverá idade própria para cada preceito ou ordem. Qualquer que seja o preceito ou ordem deve ser estabelecido em comum acordo pelos pais, bem como a modificação deles. A capacidade de uma criança em cumprir preceitos ou ordens não pode ser subestimada.

Os pais precisam descobrir os motivos pelos quais a observância de algum preceito ou ordem não foi cumprida, verificando se a informação foi correta, e se a formação foi dada de uma maneira satisfatória; caso isto tenha sido feito, então o problema está na criança, que deverá ser cobrada e disciplinada.

Os filhos precisam ser elogiados por aquilo que foram informados e formados, a fazer, e fizeram. Os filhos precisam ser cobrados por aquilo que foram informados e formados a fazer, e não fizeram.

Incentivar os filhos a que lutem pelos alvos estabelecidos deve ser uma atitude constante dos pais, mostrando para eles a possibilidade que possuem para atingir os objetivos.

Disciplinar é o ato de estabelecer princípios racionais. Castigar com a vara é o ato de ajudar no cumprimento dos princípios estabelecidos.

A disciplina e o castigo são funções dadas por Deus aos pais, para que seus filhos não sejam levados pelas incivilidades oferecidas pelo mundo.

24 de set. de 2012

FAMÍLIA NUTRIDA


FAMÍLIA NUTRIDA
Minha esposa é professora, e breve completará seus vinte e cinco anos de carreira. Uma das grandes dificuldades notada por ela nos últimos anos, e que dificultam imensamente o ensino, são crianças desnutridas.
Não me refiro à falta de uma boa alimentação, rica em proteínas. Refiro-me a desnutrição na formação do caráter de uma considerável parte dos alunos do ensino fundamental. São crianças sem um lar completo, onde o pai, não exerce com equilíbrio e moderação suas funções de liderança, e a mãe, não prioriza os afazeres do lar. Outras agravantes estão mudando os conceitos de família, tais como mães ou pais solteiros, crianças criadas pelos avós, creches. Crianças sem o referencial estabelecido pelo criador da família, Deus, papai e mamãe constituindo uma família e cuidando dela, empenhando-se em sua formação religiosa, moral e social.
Escrevendo à igreja de Filipos, no ano 61, o apóstolo Paulo apresenta passos que nutrem as nossas famílias de uma forma adequada. Vejamos:
Uma boa obra (Fp 1.6 e 21) > Deus em sua infinita graça e misericórdia começou em nós a boa obra da salvação, que é o passo indispensável para a formação de uma família bem nutrida. Sem Cristo, por maiores que sejam os nossos esforços em dar qualidade as nossas famílias, serão inúteis. Deus não somente começou uma boa obra em nós, ele continua trabalhando em nossas vidas para nos conduzir a um elevado padrão de conduta, até a volta de Cristo, que resultará em famílias comprometidas com o Senhor e estruturadas, sendo bons exemplos para a sociedade.
Imitando Cristo (Fp 2.5 e 15) > Imitar a Cristo é agir como Cristo agiria em cada situação requerida pelas famílias. “O que faria Jesus em meu lugar?” Esta pergunta deveria anteceder a todas as nossas decisões, palavras de exortação, conforto ou consolação. Imitar a Cristo é conhecer os sentimentos dele e copiá-los em nossa jornada. Quando imitamos a Cristo nos tornamos “filhos de Deus irrepreensíveis”, e por mais fortes que sejam as tentações com o objetivo de abandonar nossas famílias, e tudo aquilo que elas tanto necessitam, serão insuficientes para sequer arranhar a estrutura de nossos lares.

Alegria na Família (Fp 3.1 e 12). “Alegrai-vos no Senhor”, porque quando nos alegramos no Senhor temos segurança. É verdade, quantas coisas que adquirimos, ganhamos, presenciamos, e nos deram tamanha alegria, mas algumas delas já não existem mais, outras foram roubadas, e com choro enfrentamos a morte de pessoas que nos eram queridas. No mundo tudo é passageiro, como escreveu Pedro em sua primeira carta (1.24-25): “todos são como a relva, e toda a sua glória, como a flor da relva, seca-se a relva, e cai a sua flor, mas a Palavra do Senhor permanece para sempre”. Alegrar-se na família, e com a família, é algo que satisfaz, emociona, porém que a nossa alegria não tenha como foco principal a família, porque ela é tão passageira quanto à flor da relva. A família precisa ser cultivada dia a dia, ela carece de cuidados especiais, são necessários altos investimentos na formação do caráter de uma família, para que as alegrias sejam constantes. Quando nos alegramos na família, e não em Deus o Senhor da família, a nossa alegria torna-se passageira.

Tristeza x Alegria (Fp 4.6 e 13) > Não existe maior alegria do que levar ao Senhor Deus todos os nossos pedidos, em oração. Não existe maior alegria do que receber de Deus a tranqüilidade, o cuidado, a proteção que dá aos nossos pensamentos, mostrando maneiras corretas, justas, e próprias para agirmos em todas as circunstâncias. A promessa do Senhor não são respostas imediatas aos nossos pedidos, mas sim de nos dar a sua paz, que “ultrapassa todo entendimento, e guarda os nossos pensamentos em Cristo, e nos fortalece de tal maneira que suportamos muito mais, daquilo pensamos ser o nosso limite suportável”. As tristezas existem em qualquer família, porém serão transformadas em alegrias quando entregues aos cuidados de Deus, alegrias porque o conforto do Senhor será o necessário para enfrentarmos todas elas.

Precisamos entregar ao Senhor Deus o cuidado com nossas famílias, investindo em nossos lares de acordo com os passos que ele nos propuser.

18 de abr. de 2012

PREGUIÇA ou INEXISTÊNCIA DE AUTORIDADE
Hoje em dia preferimos bloquear o teclado do aparelho telefônico, preferimos travar as portas trazeiras do automóvel, preferimos colocar alguns objetos bem no alto, para que as crianças não tenham acesso.

Com isso nos esquecemos de que, quando atingirem a idade adulta, não nos terão por perto para livrá-las de algumas inconveniências, colocando-as fora de seu alcance.

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele (Pv 22.6).

Ensina a criança no caminho em que deve andar > Isto é, ensina a criança a não brincar com o aparelho telefônico, a não abrir a porta do automóvel em movimento. É difícil? Sim é muito difícil, mas será mais difícil ensiná-la desde já, do que quando for adolescente, jovem ou adulta.

Pais que ensinam desde os primeiros anos, anos formativos, saberão e serão bem sucedidos nos anos seguintes. Pais que ensinam as mínimas coisas serão bem sucedidos no ensino das máximas coisas. Pais que se dedicam no ensino, na formação do caráter de seus filhos, não os irritarão, não os deixarão a “deriva”. Pais que ensinam desde os primeiros dias de vida, serão sempre bem aceitos pelas crianças, em todas as suas faixas etárias.

Papais e mamães, não deixem a única oportunidade de ensinar, formar o caráter de seus filhos, enquanto recém nascidos e nos anos seguintes da infância, porque quem ama educa.

27 de fev. de 2012

SOBRE MALCRIAÇÕES EM LOCAIS PÚBLICOS ... OU PRIVADOS!


Hoje estive no supermercado com meus dois filhos. Entre uma gôndola e outra, ouvimos gritos. Minha filha, magrela e falante, avisou: “Xiii... mãe, tem criança fazendo malcriação!”
Disse com um certo arzinho de repreensão, como alguém que já passou desta fase. Nem tanto... ela só tem 6 anos de idade e seu irmão, 9. Mas sua observação em tom de superioridade, tinha mesmo procedência. Do alto dos seus 6 anos, minha filha considera inadmissível uma criança gritar com a mãe. Sim, era uma mãe que envergonhada, tentava tirar do carrinho um produto que a criança cismou em comprar. Nós também nos sentimos mal presenciando a situação, porque a criança não era tão pequena e ainda assim, gritava e esperneava incontrolavelmente.
Fiquei me perguntando como mãe e filho chegaram a este ponto. O bebezinho nasceu, pequeno e fofo, totalmente dependente de seus pais. Cresceu, aprendeu a andar, falar, fazer algumas coisas sozinho, mas... tomar suas próprias decisões? Onde foi que a dependência se perdeu?
Uma criança, ao nascer, ainda não é um ser civilizado, ela é dominada pelas suas vontades, estabelecidas no aqui e agora, sem avaliação de causas e conseqüências. A criança é impotente mas tem um forte sentimento de onipotência a ser domado pelos pais, que são os primeiros responsáveis por tornar a criança um ser civilizado. Para que isso aconteça, a autoridade de seus pais é indispensável. Um indivíduo equilibrado, capaz de controlar e expressar seus sentimentos e necessidades de maneira civilizada, se constrói com a oposição.
Espera-se que a vida familiar aconteça num clima de paz, alegria e afetividade. Em muitos momentos, é assim mesmo, a família é o ninho, o aconchego. Mas nem sempre paz e amor traduzem bom desempenho familiar. O que percebo é que pela preservação do ambiente acolhedor, os pais evitam as divergências com os filhos, poupam sua energia, cedem aos caprichos, desistem do “não” em favor do silêncio, da serenidade, da convivência pacífica.
Grande engano! As crianças naturalmente sempre se opõem aos limites e o enfrentamento diário é necessário para a formação de uma pessoa segura, autoconfiante. Digo por experiência própria, se os pais dispensarem toda sua energia em impor os limites nos quatro primeiros anos de vida da criança, após esta fase, é só curtir! Dá uma tristeza ver que a vida social de muitos pais é restrita aos costumes, horários, hábitos ou simples vontades de filhos tão pequenos! Muitos pais perdem amigos e oportunidades por não poder levar seus filhos a eventos, festas, locais públicos, porque seus filhos não sabem se comportar...
É preciso desde o nascimento, enfrentar, medir forças com as crianças, ensinar respeito e comportamento e para tanto, não é preciso grandes manobras psicológicas, nem procedimentos mirabolantes. Basta que cada membro da família cumpra com seu papel. Avós servem para “estragar” as crianças nos finais de semana, bem como os tios.
Aos pais, cabe estabelecer e fazer cumprir o lugar da criança na família desde o seu nascimento. Por exemplo, na minha experiência bem sucedida de mãe, o lugar do recém nascido é no berço, no quarto do bebê. Pode parecer cômodo para os pais, dispensar os cuidados ao bebê no quarto do casal, mas este é o primeiro sinal de que as pessoas desta família não conhecem e não respeitam os lugares uns dos outros. Huuum... mas isto é assunto para outro “tricô” nosso...
Por agora, deixo meu recado: vale a pena divergir muito com seu filho nos quatro primeiros anos de vida. É como um treinamento para toda a vida. Depois deste intensivão, sua criança sempre saberá e confiará em quem deve fazer as escolhas por ela, sem discussão e ponto final!

POR > LIGIA NOGUEIRA FONSECA (jan 2010).