31 de mar. de 2011

CALAMIDADES E A VONTADE DE DEUS


Senhor Deus, onde estavas quando incontáveis judeus foram mortos; quando uma gripe matou milhares de homens; quando uma força da natureza destruiu cidades inteiras, levando conseqüências trágicas a países vizinhos; quando ambiciosos ditadores levaram uma considerável parte de sua nação a uma linha abaixo da miséria, doenças, mutilações, vagando pelas ruas sem ter o que comer, vestir, nem sequer um teto qualquer para abrigá-los, sim Deus, onde estavas? Temos a resposta. Mas é, invariavelmente, uma resposta para preservar a imagem de Deus, devido à grande dificuldade em atribuir ao Senhor tudo o que acontece.

Habacuque, foi chamado por Deus para anunciar o que viria sobre Judá, no reinado de Jeoaquim. Como babilônios, um povo ímpio, poderia ser usado por Deus para punir a nação formada por ele? Porém, naquele momento, transgredindo todos os preceitos do Senhor; foi o questionamento de Habacuque com Deus > Até quando, SENHOR, clamarei por socorro, sem que tu ouças? Até quando gritarei a ti: Violência! sem que tragas salvação? (1.2). O Senhor responde > Olhem as nações e contemplem-nas, fiquem atônitos e pasmem; pois nos dias de vocês farei algo em que não creriam se lhes fosse contado (1.5). Habacuque questiona a maneira impiedosa para castigar Judá > Senhor, tu não és desde a eternidade? Meu Deus, meu Santo, tu não morrerás. SENHOR, tu designaste essa nação para executar juízo; ó Rocha, determinaste que ela aplicasse castigo (1.12). O Senhor responde detalhadamente e termina dizendo: O SENHOR, porém, está em seu santo templo; diante dele fique em silêncio toda a terra (2.20). Habacuque conclui > Ouvi isso, e o meu íntimo estremeceu, meus lábios tremeram; os meus ossos desfaleceram; minhas pernas vacilavam. Tranqüilo esperarei o dia da desgraça, que virá sobre o povo que nos ataca. Mesmo não florescendo a figueira, e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no SENHOR e me alegrarei no Deus da minha salvação. O SENHOR, o Soberano, é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; faz-me andar em lugares altos. Para o mestre de música. Para os meus instrumentos de cordas (3.16-19). Habacuque compreendeu que Babilônia, que os israelitas, que pessoas receberiam de Deus o castigo por suas impiedades > Ainda que demore espere-a [...] o ímpio será envaidecido [...] mas o justo viverá pela sua fidelidade [...] ele é voraz como a sepultura e como a morte [...] apanha para si todas as nações [...] todos estes povos um dia rirão dele com canções de zombaria [...] (2.3-6). Deus menciona também alguns ais contra os que acumulam bens roubados – bens conquistados debaixo de extorsão – saqueadores de nações – violência para aquisição de terras – lucros injustos – planejou a ruína de outras pessoas – prática da idolatria (2.8-20).

O Senhor Deus não precisa de que sua imagem seja preservada por nós, e quando isto acontece deparamos com “Teísmo Aberto”: posição pessoal e filosófica, que nega a onisciência, onipotência e onipresença de Deus; é Deus sendo esquivado das catástrofes, das mudanças repentinas do comportamento da natureza, tudo para preservar a sua pessoa.

Teísmo Aberto, ainda prega: “Deus se limita por amor” – “Deus não controla a história” – “Deus não conhece o futuro” – “Ou Deus controla tudo ou Ele ama” – “Deus pode mudar de idéia”.

Se o universo, se a igreja, se a natureza humana, se a história, não fosse governada, mantida, direcionada por Deus, onde estaríamos hoje? O que seria da raça humana se Deus não a tivesse expulso do Éden? O que seria da raça humana se Deus não tivesse feito o dilúvio? O que seria de todos os séculos passados, e dos futuros séculos, se o governo de Deus não fosse absoluto. O que seria de cada de um nós, de nossas famílias, de nossos filhos, se o Senhor e Criador dos céus e da terra não fosse o absoluto sustentador e mantenedor de todas as coisas.

O que vivemos hoje e vivemos no passado é o relato de Jesus em Mateus 24.4-14) > muitos virão em meu nome e enganarão a muitos [...] guerras e rumores de guerra [...] fome [...] terremoto [...] tudo isso é o início das dores [...] escândalo, traição, ódio, falsos profetas [...] o amor de muitos esfriará [...] mas quem preservar até o fim será salvo [...] o evangelho será pregado a todas as nações, e então virá o fim. A seguir, Jesus, narra coisas que acontecerão futuramente (v.15 e seguintes). Tudo isso faz parte do anúncio do que Deus fez e fará no mundo, avisando, alertando o homem para que haja arrependimento, pedido de perdão, e reconciliação com o Senhor, em nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Jesus afirmou: Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Portanto, não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais! (Mt 10.29-31). A palavra do Senhor para Isaías: Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos (55.8-9). O que somos, quem somos, que pretensão a nossa em pensar que a nossa maneira de encarar todos os “tsunamis” da vida acontecem sem que haja neles a boa perfeita e agradável de Deus (Rm 12). Aquele que cuida de um simples pardal, que sabe quantos fios de cabelo temos, e que nos criou a sua imagem e semelhança, está alheio aos acontecimentos, deixando-os acontecer como se estivéssemos em uma nau à deriva? De forma alguma > sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito (Rm 8.28). Deus age em todas as coisas para o bem de cada homem, de cada momento da história deste universo criado por Ele.

Jó, perdera tudo aquilo que de mais precioso tinha em sua vida e disse: Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal? Em tudo isso Jó não pecou com seus lábios (Jó 2.10). Quer dizer que o mal é dado por Deus. Tiago afirma que provações são dadas por Deus a nós para sermos mais fortes na confiança e na esperança em Deus > a prova de nossa fé produz perseverança, que tem ação completa para sermos maduros e íntegros (1.3 e 4).

Eu formo a luz e crio as trevas, promovo a paz e causo a desgraça; eu, o Senhor, faço todas essas coisas (Is 45.7). Luz, trevas, paz, desgraça, tudo foi feito pelo Senhor, por promessas feitas, e não existe a menor possibilidade questionamentos: Ai daquele que contende com seu Criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o barro pode dizer ao oleiro: que você está fazendo? Será que a obra que você faz pode dizer: Você não tem mãos? Ai daquele que diz a seu pai: O que você gerou?, ou à sua mãe: O que você deu à luz? Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, o seu Criador: A respeito de coisas vindouras, você me pergunta sobre meus filhos, ou me dá ordens sobre o trabalho de minhas mãos? (Is 45.9-11).

Deus nos escolheu desde antes da fundação do mundo. Deus nos chamou para sermos santos e irrepreensíveis (Ef 1.3 e 4). Deus nos ama e revela o seu amor, também, com a disciplina, para sermos perseverantes (Hb 12.6-7); e esta disciplina não é restrita somente sobre as nossas vidas, todo o universo, a terra, está sujeita a ela, pela fé os antigos foram usados por Deus para avisar, e em nome do Senhor exercer a correção da história dos povos; dilúvio, cativeiro, guerras, etc (Hb 11).

Temos o direito de, como Habacuque, questionar com Deus, mas não temos o direito de preservar a natureza de Deus, para apresentá-lo com uma imagem distorcida daquilo que ele é, e nem tampouco afirmar que calamidades, movimentos, dores não são provocados pelo Senhor nosso Deus, o único justo juiz e governante.

Deus, é o Senhor único da história, do universo, da terra, e de nossas vidas. Vivamos por ele e para ele, e a ele, somente a ele é quem devemos honrar e glorificar, atribuindo toda a nossa existência aos cuidados do Eterno sustentador de todas as coisas, atribuindo todos os movimentos e acontecimentos geográficos, políticos, científicos, históricos a ele.

Um homem de Deus, enquanto meditava na insondável pessoa do Senhor, observou um garoto que com um pequeno balde tirava água do mar e a colocava em um buraco que fizera. Intrigado com aquilo perguntou ao garoto o que ele estava fazendo, o que pretendia. O garoto respondeu: é mais fácil eu transportar toda a água do oceano e colocar dentro deste pequeno buraco do que descobrir a insondável pessoa de Deus.

O que Deus quer, exige, e revela a cada um de nós, são os seus preceitos, para vivermos exalando o bom perfume de Cristo, e em sua palavra encontramos de uma mentira muito clara cada um dos seus preceitos.

As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei (Dt 29.29).